Caminhoneiros têm reclamado que tabela só prevê valor de custo do transporte, sem considerar lucro para motorista. Tarcísio Freitas diz que objetivo é definir preços em acordos coletivos.
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O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas — Foto: José Cruz/Agência Brasil
O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, afirmou nesta quarta-feira (24) que o governo reunirá na próxima semana representantes de diferentes categorias para que eles possam tentar definir os novos valores da tabela de fretes por tipo de carga.
Tarcísio Freitas deu a declaração após ter participado de uma reunião de cerca de cinco horas com representantes de caminhoneiros. Nesta terça, o ministro já havia se reunido com representantes do setor produtivo.
Segundo Freitas, as reuniões estão previstas para os próximos dias 29, 30 e 31, e o objetivo é definir os preços em acordos coletivos. A previsão é que ele receba representantes do setor produtivo, dos transportadores e dos caminhoneiros autônomos.
“A partir do momento em que você gera o consenso, você estabelece um patamar de valor que efetivamente vai ser praticado. Foi o que não aconteceu até agora com a história da tabela de frete”, disse.
A ideia, segundo o ministro, é que haja um acordo assinado entre as partes, prevendo o percentual mínimo para cada um dos 11 tipos de cargas, conforme a tabela atualmente suspensa.
A tabela de fretes foi criada pelo governo em 2018 com o objetivo de por fim à greve da categoria. Desde então, tem havido polêmica.
Reunião desta quarta-feira
Participaram da reunião desta quarta-feira com o ministro cerca de 80 representantes da categoria. Pela manhã, Tarcísio Freitas também recebeu integrantes de 43 empresas e associações de transportadores.
Ao sair da reunião desta noite, alguns representantes dos caminhoneiros disseram que os acordos a serem negociados na próxima semana devem definir parte da lucratividade.
“Dá para melhorar os valores [para] que possa, inclusive, chegar a parte dessa lucratividade dentro dessa composição total de frete”, afirmou Carlos Alberto Litti Dahmer, presidente do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Carga (Sinditac) de Ijuí (RS).
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) questionam a tabela no Supremo Tribunal Federal (STF). O julgamento do caso na Corte está previsto para 4 de setembro.

Suspensão da tabela
A tabela atualmente em vigor foi editada em maio de 2018, ainda no governo Michel Temer.
Embora houvesse uma tabela mais recente, publicada na semana passada, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) decidiu suspendê-la nesta semana.
Fonte: G1